Dos poemas que não sei ler.

   Pessoas passam na calçada. Todas completamente focadas em seus trabalhos frios, e na saúde de seus bolsos. Todos preocupados em nunca decepcionar a própria conciência, que força-os a competirem pela liderança de um mundo utópico e fantasioso. Pessoas desconhecidas, que nunca foram antes vistas, ou pelo menos não de forma relevante. Ninguém nunca se perguntou quem são. Talvez sejam figurantes de sua vida.

   As vidas que essas pessoas carregam, no entanto, determinam a face de seu caráter. As várias personalidades da rua, que são tantas que parecem não caber em um único bar, são tão individuais que se tornou pecado julgar as pessoas sem conhecer pelo menos metade da vida delas, e ter a certeza de que a outra metade é completamente irrelevante.

   Você é tão dispensável quanto ela. Você é tão dispensável quanto todos eles. Você é um anônimo para aquele rapaz que você viu sentado no bar e ignorou. Você não é ninguém para aquela senhora do ônibus que franziu a testa ao te ver de fones de ouvido. Do mesmo modo como que para você, aquele garotinho que corria com seu amigo na rua, é mais um garoto de muitos.

   Cada pessoa tem uma história única e facinante para contar. Cada um de nós vive nossas vidas como se fossemos mais importantes, pois temos problemas mais complicados. As vidas são igualmente difíceis, na verdade. O que nos diferencia é a forma de resolver nossos problemas. Todos passam pelos mesmo problemas. É questão de caráter se dar bem na vida ou não.

   Cada pessoa que passa, com apenas um olhar, te conta uma poesia. Cabe a você, interpretar da forma correta, ou ignorar, como você sempre fez.

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