Dos poemas que não sei ler.

   Pessoas passam na calçada. Todas completamente focadas em seus trabalhos frios, e na saúde de seus bolsos. Todos preocupados em nunca decepcionar a própria conciência, que força-os a competirem pela liderança de um mundo utópico e fantasioso. Pessoas desconhecidas, que nunca foram antes vistas, ou pelo menos não de forma relevante. Ninguém nunca se perguntou quem são. Talvez sejam figurantes de sua vida.

   As vidas que essas pessoas carregam, no entanto, determinam a face de seu caráter. As várias personalidades da rua, que são tantas que parecem não caber em um único bar, são tão individuais que se tornou pecado julgar as pessoas sem conhecer pelo menos metade da vida delas, e ter a certeza de que a outra metade é completamente irrelevante.

   Você é tão dispensável quanto ela. Você é tão dispensável quanto todos eles. Você é um anônimo para aquele rapaz que você viu sentado no bar e ignorou. Você não é ninguém para aquela senhora do ônibus que franziu a testa ao te ver de fones de ouvido. Do mesmo modo como que para você, aquele garotinho que corria com seu amigo na rua, é mais um garoto de muitos.

   Cada pessoa tem uma história única e facinante para contar. Cada um de nós vive nossas vidas como se fossemos mais importantes, pois temos problemas mais complicados. As vidas são igualmente difíceis, na verdade. O que nos diferencia é a forma de resolver nossos problemas. Todos passam pelos mesmo problemas. É questão de caráter se dar bem na vida ou não.

   Cada pessoa que passa, com apenas um olhar, te conta uma poesia. Cabe a você, interpretar da forma correta, ou ignorar, como você sempre fez.

Novos Entendimentos. Por Joker.

 -Por Joker-

Como é possível que vários sentimentos ruins se tornem nada?
e como é possível que sentimentos bons voltem a me ocupar?
Tudo que eu precisei fazer, foi ouvir sua voz. Tudo que eu sempre precisei, foi ter você por perto!
Talvez se eu fosse um pouco menos egoísta.

Acho que no fundo, as coisas não são feitas conforme eu gostaria que fossem. Alguns planos foram por água a baixo, algumas decepções vieram pra superfície e se refletiram no que hoje, eu descobri que é a realidade!
Não digo que sou triste, não digo que sou feliz, e muito menos, não digo que sou incompreendido e que estou perdido! Pelo contrário, sempre que esbarro
num obstáculo, vejo que com certeza, vou esbarrar em mais um e mais um e mais um...
Já se sentiu, como se o que você mais precisasse fosse o mais simples e mesmo assim, de alguma forma, você não recebeu?

Os dias já não são simples como antigamente, a noite já não é tenebrosa como fora em outroras... Este velho conceito maniqueísta já não me serve mais
e algumas vezes eu temo o dia e prezo pela noite, sentindo que o mundo tá de cabeça pra baixo e que talvez o melhor seja aceitar!


Quando foi que as coisas ficaram dessa forma? Como foi que nunca percebi esse ar de mudança? Eu deveria ter me visto como que vê uma piada desde... quando?

-Por Joker-

Crônica I - O Andarilho.

  Frio. Noite. Praia. Andando sozinho e escutando a quebra das ondas, ele passeava por entre seus pensamentos. Seu casaco era bem quente, mas não iria fazer tanta diferença assim. Seu cérebro estava tão focado que não haveria tempo de sentir frio.

   Ele pensava sobre suas musicas, seus poemas e suas prosas. Valeram a pena?  Não sabia, mas ponderar não mata ninguém. O disperdício da criatividade e das idéias era seu maior medo, e seu maior ódio também. "Gastei minhas melhores palavras. Tolo,tolo!" pensava, enquanto, sentado naquele banco de pedra, olhava turvamente para o Mar.

   O Mar estava bem agitado, fazia barulho. Mas ele amava pensar sobre o som das águas. Afinal, água tudo limpa. E era exatamente isso que ele queria: limpar a mente. Não saber se quer seguir ou desistir é triste, eu o entendo. Ele olhava fixamente pra beira do Mar... em um surto de vontade, tirou os tênis e pisou na areia fria, e foi de encontro a água.

   O que ele sentia não fazia sentido pra quem era importante para ele, mas ja não mais importava. Ele estava no Mar. O Mar que o escutava no mais profundo silêncio. O melhor dos amigos. Sentindo as ondas em seus pés, começou a caminhar. Andando, e gradualmente desenhando um sorriso. Já não sorria a tempos. Era mais difícil do que aparentava. Não haviam motivos, e quando pensava que iria sorrir, não conseguia. Mas esse sorriso foi a melhor coisa que aconteceu a ele em tempos. Sentia-se completo

   Nada mais importava a ele. Aprendeu, finalmente, que tudo que precisava pra sorrir é paz, confiança e um pouco de água nos pés.

Desabafo III

  Amor pode ser bem traiçoeiro. Ele tem a incrível habilidade de se esconder entre as qualidades e defeitos de uma pessoa. Quando isso acontece, pensamos que amamos demais aquela pessoa, e que nada no mundo pode um dia abalar tal sentimento. Ledo engano.

   Sabe, não devemos criticar as pessoas que amamos. Ao machucar alguém, o amor se desprende dos músculos dessa pessoa e foge. Retorna quando o terreno é mais seguro. Quando ele retorna, você se sente abalado e até mesmo um idiota por ter ferido tantas pessoas. E pior, ainda ama quem você machucou. E você vai ficar nessa, de espantar o amor, e ele voltar, e vc ficar mal, e etc.

   O amor não se machuca. Ele permanece intacto. Bata em quem quiser, espanque quem for, você ainda a ama, não adianta. Você está fazendo isso errado. Odiar requer pensamento, amigo leitor... Pensar demais em uma pessoa é amor, mesmo que seja mascarado com ódio e rancor.

   O que eu quero dizer com esse texto? Nada de muito complexo, oras... O amor é traiçoeiro e não vai ligar se você se machuca com suas rasteiras. Ele te coloca a prova a todo segundo. Mas não se sinta mal se não passar no teste. Nem sempre as coisas vão como desejamos. Avisar isso de nada adianta, na verdade... Só aprendemos essas coisas quando caímos e nos machucamos. Mas o importante é que aprendemos, e quanto maior for a cicatriz, mais dificilmente você esquecerá, e jamais vai esquecer e cometer o mesmo erro.
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