Universidade Federal do Rio de Janeiro

   Ontem eu resolvi ir mais cedo pra Faculdade. Sentado no banco do ônibus, a Avenida Brasil ainda era iluminada pelos postes elétricos e pelos faróis dos carros e as pessoas pareciam ainda não ter acordado completamente. Nem mesmo as que estavam de pé.

   Estranhamente, eu estava desperto e sem um pingo de sono. e, mais estranho do que minha falta de sono era o sorriso leve do meu rosto e minha respiração tranquila. Tudo isso às quatro e cinqüenta da manhã. Eu via as passarelas da avenida passando, o número delas ficando cada vez mais perto da doze, que é onde eu desço. E o dia ainda tão escuro quanto a noite.

   Quando desci do ônibus, peguei o segundo que me deixa na frente do meu prédio. na primeira curva que ele fez, eu consegui ver um lindo nascer do Sol. Falam muito do pôr do Sol, alguns loucos até o aplaudem, mas sempre achei o nascer dele muito mais bonito. É como se alguém tivesse cortado o céu com uma espada, e só ficaram enormes rastros laranjas, com algumas pinceladas purpúreas. Meus olhos ficaram congelados, olhando para aquele paraíso de cores até o ônibus virar de novo e tirar a perfeição do meu campo de visão.

   Cheguei até cedo demais. Eram dez para as seis da manhã e eu estava sentado na escada do prédio. Minhas únicas companhias eram um cão e três libélulas. Dava pra ver o Nascer do Sol, então eu não me preocupei em ter chegado muito cedo. Só fiquei lá sentado, admirando. 

   Já é a segunda vez que eu vejo o nascer do Sol na faculdade. A primeira vez foi no primeiro dia que eu fui pra lá sozinho. Me sentia bem lá. Eu sinto o ar mudar quanto entro nos domínios da universidade. É mais leve, carrega sorrisos e preocupações vãs que somem tão rápido que nem lembro de todas. É uma sensação que não sentia desde que saí do Colégio Pedro II. Eu via o nascer do Sol quando ia para lá também, e foi a primeira vez que eu tive mais de três minutos pra admirar.

   Saudades. Muitas saudades do meu Colégio. Mas acho que a minha Faculdade me ajuda a suprir isso.

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